Hoje, dia oito de mês de Maio de 2010, um blogue parvo faz três anos… Sim, mil e noventa e seis dias (para quem se deu ao trabalho de fazer as contas, um dos anos foi bissexto)… O que primariamente começou por ser uma brincadeira relativamente inocente de três amigos, passou a ser uma aventura do (eventualmente) mais parvo deles…
Tudo começou uns dias antes quando eu conheci, por intermédio do meu amigo Jorge, um blogue que colectava piadas secas dos seus leitores… Enfim, talvez devido à flor da minha adolescência, achei aquilo genial… Trocadilhos, duplos significados, piadas sem graça (o que as tornava com graça)… Como qualquer outro jovem que acha algo sublime, tentei repeti-lo… Criei então este estaminé ao qual dei o simples nome de Pensamentos Parvos… Porquê??? Fácil… Queria um nome que obedece-se a três condições: um nome simples que mostrasse o que de facto se faz aqui, um nome fácil de ser encontrado nos motores de busca e um nome que a sua sigla me dissesse algo… Neste caso, PP… Sim, nessa altura estava politicamente um bocado descaído para a direita… Adolescência, vocês estendem…
Ainda me lembro do primeiro post… Para quem não sabe, foi a primeira piada que alguma vez inventei… Cheguei mesmo a sugeri-la ao tal blogue que seguia até então… E sim, foi publicada… Depois disso, lá ia eu raptar uma piada engraçada ali, outra além, outra acolá… Lá quando me aparecia uma ideia engraçada, lá tentava eu fazer um trocadilho como mais ou menos sentido… Neste deambular entre o meu ser pseudo-parvo e as piadas perdidas nos recantos da net, os meus companheiros de estupidez não mostravam muito interesse em participar… Nesse sentido, optei por continuar sozinho...
O meu entusiasmo nesta merda era tão grande, que a cada novo post, gastava uma hora da minha vida para, de três em três minutos, ver se mais alguém, que não eu, se tinha dignado (ou não) a visitar esta treta…
Com o passar do tempo, comecei a arranjar técnicas de fazer trocadilhos… Mas enfim, essas mesmas técnicas... Como direi?!? Vá, tiravam-me uma certa personalidade, coisa que, quando se é e se interage com adolescentes, é muitíssimo importante… Quem me conheceu nesse período da minha vida não me suportava, eu sei… Cada assunto, cada texto, cada frase, cada palavra, cada entoação, era “analisada” pelo meu cérebro inundado de hormonas com o objectivo de conseguir armar um trocadilho jeitoso… A única coisa que de facto conseguia armar, era armar-me em parvo… E perdoem-me se estou a ser convencido, mas realmente conseguia-o ser…
Estas tentativa de graçolas naturalmente foram elevando gradualmente a percentagem de piadas minhas no blogue… Já devia andar no meio meio quando, a quinze dias do mês de Setembro do mesmo ano, uma entidade do além comunicou comigo… Não falo de Deus, Jesus, Jorge Jesus… Falo do Arcebispo de Cantuária, João de Sá de seu nome… Para quem não conhece (e se não conhecem corram conhecer) o trabalho (se é que isto lhe dá trabalho) deste senhor, o que ele fazia (e continua a fazer) era tudo aquilo que naquela altura eu queria vir a fazer… Trocadilhos muito mais “adultos” do que as piadolazecas que eu admirava no tal blogue… João de Sá motivou-me e dar um passo que, hoje, acho que foi essencial para este blogue se tornar no que de facto se tornou… Motivou-me a escrever para mim… Mesmo que o material fosse fraquinho, o que realmente interessava não era o que os leitores pensavam do publicado, o que realmente é importante é aquilo que penso do que faço… Sigo essa filosofia desde então… Fazer o que gosto… Se vocês gostarem, fico muito feliz, se não gostarem, enfim, problema vosso… (caso pareça egocêntrico, é impressão vossa… filosofias não se discutem…)
Quando decidi dar este passo, o meu principal medo era não ter material suficiente para continuar o publicar ao ritmo que publicava até então… Três, quatro posts por dia… Com o tempo este número de intervenções veio a cair… Mas agora não vejo nisso qualquer problema…
É nesta fase que, a meu ver, fiz os melhores trocadilhos divulgados neste estaminé… Cheguei mesmo a participar num programa da Antena 3… Cómicos de Garagem… Participei, salvo erro, seis vezes… Quase todas elas não correram muito bem aos olhos do apresentador e jurado do tal show radiofónico, Rui Unas… Na minha opinião, o conteúdo até tinha (e tem) qualidade… Pecava só pela falta de entoação, dicção, sotaque nortenho… Parecendo que não, em rádio, tem muito mais sucesso uma piada fraquita dita com convicção do que uma piada melhor, dita em voz de “carneiro mal morto”… Mas pronto, como disse, é só a minha opinião…
Comecei então a fixar um número de post por mês: tentar postar todos os dias uma parvoeira… Até ao presente tenho conseguido manter uma média de 28, 29 publicações mensais… Claro que há alturas em que estou mais apertado de tempo… Alturas que tenho de fazer de conta que estudo, fazer de conta que trabalho, fazer de conta que estou empenhado, para que as minhas notas não sejam “faz de conta”…
Mais recentemente, sensivelmente desde Setembro passado, comecei a arriscar a escrever algo mais que um parágrafo por publicação… Tenho gostado de o fazer e, as reacções que chegam até mim, têm sido positivas… Se bem que sei que parte dos leitores não se dão ao “trabalho” de ler textos com mais que meia dúzia de linhas… O que penso disso??? Eh pah, não penso nada… Cada um sabe de si…
Para terminar, visto este texto já ter quase duas páginas, quero deixar aqui abaixo algumas estatísticas que, ao fim destes mil e tal dias me deixam muito orgulhoso:
Número total de visitas – 81577
Média de visitas diárias – 74.4
Número máximo de visitas conseguidas num dia – 986
Nacionalidade dos leitores – 88% portugueses, 8% brasileiros, restante percentagem é de países como África do Sul, Espanha, EUA, Canadá, Suíça...
Número total de posts – 1239
Número médio de posts por dia – 1.1
Seguidores - 25
Se não é um record para um blogue sem qualquer tipo de divulgação, deve andar lá perto...
Para mim é com toda a certeza um record...
Assim em jeito de conclusão, e não querendo parecer larilo-lamechas, obrigado a todos os 80 mil visitantes… Continuem a entrar cá por engano que eu prometo continuar a escrever parvoíces que a minha cabeça se orgulha de pensar…
Obrigado... E já agora, parabéns a este meu menino...
