sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Há Vidinha em Samuel - Comentário ao magnífico espetáculo que aconteceu no passado dia 11 no Tivoli...

O povo diz que o prometido é devido... Eu não discordo portanto, segue abaixo um breve comentário ao espetáculo Improvável, de sexta-feira dia 11, que tive o privilégio de assistir no magnífico Teatro Tivoli:

Ainda antes de entrar no Teatro propriamente dito, fui encaminhado para o local onde deveria escrever a minha sugestão de Cena Improvável e a minha frase... Escrevi:

"O que nunca fazer em palco..."

"E pronto... Foi assim... Coisou..."


Respectivamente...

(enfim, nenhuma destas foi sorteada)

Como é mais ou menos da praxe, o espetáculo iniciou-se uns 10 - 15 minutos mais tarde do que o estabelecido... Nada que abalasse a fome de improviso dos mil e tal espectadores...

Abertas as cortinas, aparece o Mestre de Cerimónia, aquela personagem que fica sentada ao canto do palco apresentando os vários jogos, lendo os papéizinhos do público e pedindo sugestões ao mesmo... Nílton, de seu nome...

Ele, que nem é dos meus humoristas favoritos, lá contou umas graçolas bem conseguidas... Fez uma espécie de mini actuação de stand-up comedy achincalhando com as terras dos espectadores, com os multibancos, com o inevitável Zezé Camarinha, enfim: surpreendeu-me...

Deixo aqui duas das piadas que mais gostei:

"Em Inglaterra estão a colocar vários painéis publicitários que incentivam os ingleses a irem passar férias ao Algarve... Ao que parece, com a imagem de Zezé Camarinha no fundo, o slogan é: «venha conhecer o seu pai...»"

"Já tive dois belos montes no Alentejo... Chamava-se Carla..."

Apresentados os quatro fantásticos: os Cia. Barbixas de Humor (Daniel Nascimento, Edílio Sanna e Anderson Bizzocchi) e o tuga Pedro Borges (d'Os Improváveis), teve início o espetáculo...

Primeiro jogo: o das frases... A cena tinha como tema "apetece-me um batido de atum"... Os actores improvisaram uma cena onde um marido, desesperado por comprar um batido para a sua esposa grávida, acaba preso numa cave de um grupo de mafiosos... Pelo meio desta história surgiram frases como "pimbolim é matraquilho" e "vou cantar o hino"... Esta última teve muita graça pois, sendo os Barbixas oriundos de terras de Vera Cruz, um destes (o Anderson) teve de tentar cantar o hino nacional... No meio de muitos gaguejanços, sairam-lhe uns versos mais ou menos parecidos aos seguintes:

"Oh Portugal,
País tão bonito,
O Ronaldo vosso
É bem melhor que o nosso..."

Como já devem ter reparado em muitos dos vídeos que semanalmente aqui publico, estes brasucas estão de tal forma calejados nesta cena do improviso que, como já não bastasse estarem a lançar piadas na hora, incluir ideias estapafúrdias em cenas que nada tem a ver com nada, ainda se dão ao luxo (é que é mesmo luxo) de se queimarem uns aos outros... Só por diversão, para ver como o outro se vai desenrascar... Isso é que dá mais piada às cenas...

Obviamente não me lembro de todos os pormenores dos vários jogos, nesse sentido deixo abaixo algumas das cenas que me mais me fizeram rir:

Jogo das Cenas Improváveis, sugestão "slogans para filmes de acção", Anderson avança, faz voz de trailler e diz: "One man... One life... One figth... One destiny... Em busca do batido de atum... Brevemente nos cinemas..."...

No mesmo jogo, com a sugestão "conversa entre duas cortinas", fazendo de conta que é uma cortina, diz o Nilton: "O que faz este gajo aqui atrás???"

Ainda no mesmo jogo, "o que um português nunca deve dizer ao um brasileiro", diz o Nilton: "Oi???"... Avança o Elídio: "Canta aí o hino português pah!!!"

No jogo do 5 contra 2, com o tema "Benfica", depois de o Pedro Borges chamar Luís Filipe Vieira ao Elídio, este começa sempre a dizer com orgulho: "Eu sou o Luís Felipe Vieira... Eu sou o Luís Felipe Vieira... Sabem quem eu sou??? Sou o Luís Felipe Vieira... Sim!!! Eu sou o Luís Felipe Vieira..."... No fim da cena, pergunta este: "Mas quem é o Luís Felipe Vieira???"

Depois de ouvir constantemente falar em Sócrates, pergunta o Anderson: "Quem é Sócrates???"... Responde o Nílton: "É um Lula... Mas com os dedos todos..."

Opah, escusado será contar aqui todos os pormenores do espetáculo... Para além do facto de não me lembrar de grande parte dos pormenores deste, contar por meras conugações de letras não tem nem um décimo da graça que aquilo teve...

Adorei... Adorei mesmo... Ver piadas criadas na hora, assim ao vido é algo extraordinário... Voltava a pagar o que paguei para voltar a ver o que vi... Se soubesse que ia ser tão bom, tinha-me armado em rico e tinha comprado bilhetes para as três sessões...

Se quiserem saber o que faltou ao espetáculo, eu digo-vos que este não foi perfeito... Notava-se claramente que o Nílton estava a apresentar aquilo pela primeira vez, era perceptível uma normal barreira entre a língua, a compreensão, a cultura humística dos dois países... Pecou também pela pouca duração... Uma hora e pouco é relativamente pouco para um espetáculo deste tipo... Ainda mais pelo facto de a maioria dos presentes nunca, ou não muitas mais vezes, irem ver tamanhos artistas...

Dando uma de Marcelo: 9/10...

2 comentários:

Catarina disse...

Que inveja! xD

Samuel Vidinha disse...

Acredita, tens motivos para isso... : )